Espanha se recupera contra Grécia e embola grupo da morte
O dia começou com duas das mais celebradas seleções dos últimos anos. A Espanha de Santi Aldama enfrentou a Grécia de Giannis Antetokounmpo e garantiu a vitória apenas nos últimos minutos.
Com a parcial de 62 a 56 para os rojos até o fim do 3º quarto, o jogo chegou disputado na última etapa e exigiu muito das duas equipes, que lutaram para sobreviver no grupo A. Porém, a qualidade coletiva da seleção Espanhola sobressaiu ao talento individual de Giannis, que novamente viu seus companheiros de equipe não alcançarem seu ritmo, sendo obrigado a jogar 34 minutos e tendo anotado 27 pontos e 11 rebotes.
Pelo lado espanhol, Santi Aldama novamente foi o destaque ofensivo, anotando um duplo-duplo com 19 pontos e 12 rebotes. Os veteranos Rudy Fernandéz e Sérgio Llull também anotaram dígitos duplos na pontuação, com 10 e 13 pontos respectivamente. Além deles, o armador Lorenzo Brown foi importante com 10 assistências.
O grupo da morte está fazendo jus às expectativas. Chegaremos na última rodada com as 4 equipes tendo chance de classificação.
Canadá não perdoa e vence a Austrália em jogo apertado
Duas das equipes mais interessantes do torneio se enfrentaram em jogo decidido no fim. Após ficar colada no placar por 3 períodos, o time australiano sofreu para fechar o jogo e viu Canadá abrir 21–13 no quarto final.
As estatísticas mostram um jogo parelho do começo ao fim, com ambas as equipes tendo médio aproveitamento do perímetro (AUS 32% a 36% CAN) e com 30 ou mais rebotes pegos. Entretanto, a equipe canadense contou com mais uma vez com o talento individual de RJ Barrett, que anotou 24 pontos, 7 rebotes e 5 assistências. Tal performance ofensiva, aliada ao poderio defensivo do trio Barrett — Brooks — Dort, fez com que a equipe australiana perdesse poder de fogo e, consequentemente, o jogo mental.
Pelo lado dos Opals, Josh Giddey foi o destaque com 19 pontos, 7 rebotes e 6 assistências. O belo jogo de perímetro do mais novo armador do Chicago Bulls foi importante para manter a Austrália no jogo, com 3/7 nas bolas triplas. Seu companheiro de backourt, Dyson Daniels, teve jogo abaixo da média e passou zerado do perímetro.
A Austrália agora precisa vencer a Grécia para se garantir na próxima fase, enquanto o Canadá pegará uma Espanha desesperada.
França vence na prorrogação após levar susto do Japão
Faltavam 10 segundos para acabar o jogo e o Japão vencia por 84 x 80, resultado que seria histórico para um lado e vergonhoso para o outro. Mas tudo mudou após Mathew Strazzel receber a bola de Rudy Gobert no perímetro, driblar o primeiro defensor e arremessar, resultando em 3 pontos mais a falta. Jogo empatado, França leva o que seria um desastre para a prorrogação.
No tempo extra não teve outra: a estrela de Victor Wembanyama brilhou mais uma vez e a seleção Francesa fechou o jogo em 94 a 90. O atual Rookie of The Year da NBA foi o cestinha da equipe e anotou 18 pontos, 11 rebotes e 6 assistências, com 3 bolas do perímetro.
Do lado japonês, a sensação de que poderiam ter feito história deixa um gosto amargo. Houve a possibilidade de fazer falta em Rudy Gobert antes do arremesso final, impedindo assim um chute de fora e contando com o fato do gigante francês ser ruim em lances livres. Entretanto, não foi o que aconteceu… agora o Japão precisa de uma boa vitória contra o Brasil se quiser se classificar. Destaque positivo para Rui Hachimura, jogador do Los Angeles Lakers, que anotou 24 pontos — mas acabou sendo ejetado com 5 faltas — e para o baixinho Yuki Kawamura, de apenas 1,72m, que fez 29 pontos, 7 rebotes e 6 assistências.
Brasil se mostra perdido e perde para a Alemanha
A seleção brasileira começou mal o jogo… Depois melhorou e virou o placar! Mas aí piorou e a Alemanha abriu vantagem… Chegou a encostar de novo!!! Mas não deu…
A montanha russa de emoções que a seleção brasileira de basquete carrega consigo é inexplicável. Porém, essa era mesmo a projeção que tínhamos antes das Olimpíadas começarem: derrota para França e Alemanha, buscar vitória e saldo contra Japão.
Contudo, o prognóstico atual parece pior, agora que estamos vivenciando a situação hipotética que nós mesmos idealizamos há algumas semanas. É preciso entender a realidade da nossa seleção e projetar expectativas justas, mas ao mesmo tempo é intrínseca a sensação de que, com pequenos ajustes, poderíamos estar mais confortáveis e chegarmos mais longe. Não é justo colocar a culpa somente no Petrovic, visto que nosso melhor jogador foi ejetado no começo do 3º quarto, mas é nítida a falta de sintonia na criação de jogadas. A seleção sofre por não ter arremessadores confiáveis, mas sofre ainda mais por não ter levado jogadores que consigam aplicar pressão no aro. Não existe basquete moderno sem movimentações fora da bola, sem alas que sejam ameaças em 3 níveis e, principalmente, sem fôlego.
Mérito para a Alemanha de Dennis Schroder e Franz Wagner, que aplicavam respostas rápidas toda vez que o Brasil encostava no placar. Demérito para nós, que não tínhamos resposta no garrafão sem Bruno Caboclo e organização sem Yago Santos.
O Brasil volta ás quadras no dia 2 de agosto, precisando vencer o Japão com um bom saldo e torcer para combinação de resultados nos outros grupos para avançar em 3º.
